Resenha - Monge Guerreiro. A coroa, a Lança e o Dragão
- Maggie Menina
- 5 de abr. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de mai. de 2019
Livro: Monge Guerreiro. A coroa, a lança e o dragão
Autor: Rômulo Felippe
Editora: Cavaleiro Negro
Ano: 2018
Páginas: 406
Nota: 4 ⭐'s
Sinopse: Maior rei da história da França, Luiz IX (hoje São Luiz) determina que duas das mais importantes relíquias do Cristianismo sejam transportadas dos confins da Terra Santa e da Grécia binzantina até o coração do seu reino. De Jerusalém partem os valentes Cavaleiros Templários liderados pelo grão-mestre Christopher Blancher, um experiente combatente que carrega preso à armadura a coroa mais poderosa do mundo; do Monte Meteóra, e por decisão do destino – quiçá divina –, parte o monge ortodoxo Bastian Neville, um dissidente da Ordem do Templo, cuja missão é levar de encontro aos antigos irmãos de armas a Lança de Longinus. Entre as duas relíquias sagradas, entretanto, há um rei pagão de nome Slatan Mondragone. Sua missão? Reduzir a pó todos os reinos Cristãos. E para isso uma profecia deverá ocorrer na boca do Vesuvius, o vulcão mais furioso da Europa. Com mais de oitenta personagens e combates épicos – eclodindo em um final apoteótico no coração de Veneza – Monge Guerreiro narra não uma, mas diversas odisseias no coração negro do século XIII.
O livro era um pouco diferente do que eu estava esperando. Comecei a ler logo depois de ter lido O Reino dos Morcegos do mesmo autor, mas como esse último era um livro infantil, a escrita era drasticamente diferente.
O Monge Guerreiro, apesar de não ser o que eu estava esperando, foi uma boa leitura, tendo me incomodado apenas em poucos aspectos da construção da história:
Em primeiro lugar, o personagem principal da história, Bastian Neville, durante boa parte de sua vida, foi um guerreiro templário, tendo iniciado sua participação na Ordem dos Templários na Cruzada das Crianças. Destituiu-se da Ordem em virtude de sua consciência e juntou-se a um mosteiro miguelino na Grécia, onde passou a residir até receber uma importante missão de levar um artefato da Igreja Católica para o Rei Luiz IX da França.
O autor, em momento algum, dá a entender que o personagem continua a fazer qualquer tipo de exercício físico no mosteiro, mas ao decorrer do livro parece que nenhum momento se passou entre sua entrada para o mosteiro e o início da história contada, o que não é o caso. O personagem, porém, ainda é dotado de grande força física, técnica e um corpo "sarado", o que me soou um tanto forçado em alguns pontos.
Além disso, acho que os aspectos místicos e mitológicos do livro poderiam ter sido mais explorados e aprofundados no contexto da história, sendo alguns apenas mencionados. O autor, porém, fez um excelente trabalho contextualizando a parte histórica do livro, trazendo uma ótima narrativa de uma história bastante interessante.
Em suma, trata-se de um livro que muito me agradou pela história, com personagens cativantes, contada de uma forma que te faz ver o que está acontecendo pelos olhos dos personagens, tendo um enredo envolvente. O autor intercala os capítulos com as histórias de outros personagens envolvidos na mesma trama, e traz fatos históricos de uma maneira que você não consegue distinguir fato de ficção, tão bem intricada está a história do livro.
Outro ponto positivo para mim foi a criação dos personagens (com a única exceção em relação à questão do porte físico de Bastian Neville, que pode ser relevado). Todos eles possuem características marcantes e sólidas, com personalidades e passados bem construídos, de uma maneira que você consegue captar bem a essência de cada um, seja na fé ou nos fantasmas que cercam cada personagem.
Na minha opinião, trata-se de um livro que é um ótimo trabalho de um escritor capixaba, sendo uma edição impecável de capa dura, ilustrações e folha de guarda com artes muito bonitas e bem feitas.
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